“Vítreo” é a primeira obra solo de Isis Andreatta e teve como ponto de partida o interesse em explorar no corpo a elaboração de um autorretrato em dança. O trabalho problematiza a noção de imagem de si e as implicações disso na relação com o movimento. O olho e a pele são metáforas físicas da experiência de ambivalência entre o eu e o outro, assim como o vidro e a duplicidade de sua superfície, simultaneamente transparente e reflexa. A dança acontece em diálogo com a sonoridade produzida pela retroalimentação de microfones de contato manipulados ao vivo pelo músico e compositor Gustavo Lemos. A qualidade do ruído é, ao mesmo tempo, paisagem sonora e estado corporal. Movimento e som são materialidades de vibração no espaço, cuja arquitetura se revela como força movente para o corpo. Nesta dança Isis Andreatta traz como afeto pessoal a experiência de contato com pacientes de um hospital psiquiátrico, cuja lógica existencial da loucura ressoa com a sua necessidade de apresentar a poética de uma imagem de si enquanto um corpo temporariamente em risco, impreciso, involuntário e inquieto.
O trabalho teve início em 2013 através de uma pesquisa de mestrado desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Artes da Cena da Unicamp (Campinas/SP) e foi finalizado através do edital PROAC Primeiras Obras 2014 para montagem e circulação de espetáculo de dança.
Ficha Técnica
CONCEPÇÃO, CRIAÇÃO E DANÇA || Isis Andreatta
ARTISTA COLABORADORA || Carolina Minozzi
PROVOCAÇÃO || Cristian Duarte e Renato Ferracini
SOM || Gustavo Lemos
LUZ || Cauê Gouveia
ESTUDOS TEÓRICOS || Renato Jacques
FIGURINO || Luiza Folegatti e Isis Andreatta
DESIGN GRÁFICO || Marcus Braga
FOTOGRAFIA || João Priolli, Luiza Folegatti e Gustavo Lemos
REGISTRO DE VÍDEO || Luiza Folegatti
PRODUÇÃO || Gabriela Salomé
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO || Luiza Rosa
DURAÇÃO || 45 minutos
Classificação Livre
AGRADECIMENTOS || Julia Monteiro Viana, Juliana Melhado, Patrícia Árabe, Chico Lima, Coletivo Play, Daniel Kairoz e Leandro de Souza.
